Tuesday, February 27, 2007

Glup, glup, glup...



O circuito está completo: sou movida à café. A transformação do tanque à água e pitadas de outras bebericagens para um total flex com preferência pelo pretinho está terminada.

As primeiras peças começaram a ser trocadas há mais ou menos uns cinco seis anos, quando a máquina começou a ser cada vez mais exigida no trabalho.

Uma estagiária de jornalismo pode sobreviver com um suprimento diário de litros de água, suco e Coca-Cola, e eu sou a prova. Sim, algumas cervejas depois das aulas de filosofia eram bem-vindas, e vinho no jantar - uma tradição de fábrica - ajudava a máquina a se desligar "macio", sem ruídos.

Eventualmente, as peças estagiáricas poderiam aceitar, sem dar pane, um ou outro cafezinho, injetados de maneira cirúrgica para garantir a resistência às jornadas de 8, 10 horas de trabalho. Encher o tanque, no entanto, sempre foi proibido, sob pena do delicado estômago resolver provar sua existência.

Mas isto não era mesmo necessário. A máquina de uma primeiranista de jornalismo é a única capaz de acordar às 5h30 da manhã e ir do extremo sul ao centrão velho dormindo em pé no metrô, sem cafeína. É sua exclusividade trabalhar até às 18h, ir para a aula de taquigrafia e voltar a ver a cor da fronha somente à meia-noite, tudo à base de água.

É...bons tempos aqueles em que a máquina tinha apenas 18 anos de uso, e a garantia ia até a Copa de 2006.

Hoje, as engrenagens outrora ágeis e resistentes começam a produzir seus primeiros rangidos, mais numerosos e ruidosos à medida em que os anos passam. E o pior: a garantia venceu naquele 5x3 da Itália contra a França, após empate. A solução é o aumento gradual da dose de café diária, na tentativa de uma boa lubrificação das peças. Além do mais, tal qual um aditivo aplicado ao combustível fóssil da moda, só o pretinho turbina a capacidade criativa dos trabalhadores de texto. E, no caso dos trabalhadores de texto em crise por todos os lados, vixe... faz a maior diferença!

Vai um cafezinho aí?

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Se vai amiga...na veia porque o lance afeta todos da faculdade de comunicação!!
Beijocas..agora vou atrás do meu café..
Taís

9:14 AM  
Blogger Juliana said...

Compartilho da opinião geral... e meu drama atual é que aqui eles não servem café, mas sim a tinta que sobrou da impressão do último número!! Rs...
No guia "As melhores empresas para se trabalhar" deveria haver obrigatoriamente um quesito sobre a qualidade do café! E devia ser eliminatório! Hahaha...
Bjos,
Ju

11:36 AM  

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